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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Entrevista Com Zazo Para O Blog "Sirva Se"

O Hip Hop é uma expressão cultural que vem conquistando cada vez mais espaço no estado de Alagoas, assim, pessoas que já possuem certo envolvimento com esse cenário, enxergam a comunicação como fator determinante na disseminação de ideias e propostas relacionadas a essa cultura.


Atento a essa expansão e a fim de difundir ainda mais o estilo aqui no estado, Zazo – como é conhecido, um cara bastante envolvido com toda essa cultura, decidiu se reunir com alguns companheiros de caminhada e criar um veículo gratuito e focado no uso da uma linguagem virtual, para explorar e divulgar eventos, notícias, músicas e demais atividades ligadas ao ritmo.

A partir dessa proposta, o cara participou ativamente da consolidação de um dos primeiros blogs do estado especializado em Hip Hop, buscando manter uma boa periodicidade, e alimentar o público sempre com novas informações.

No blog, você encontra fotos, vídeos, música e conhece melhor a cena local através de postagens publicadas por diversos colaboradores que fazem parte da equipe que comanda as ações do blog.
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A SIRVA-SE convidou o cara para uma conversa e pôde conhecer melhor suas ideias e posicionamentos a respeito desse universo que surgiu nas periferias dos Estados Unidos e saiu criando raízes e se consolidando ao redor do mundo, como uma das principais manifestações culturais da contemporaneidade.

SIRVA-SE – Há quanto tempo você é envolvido com o Hip-Hop e de onde surgiu a ideia de montar um veículo de comunicação que evidenciasse essa expressão aqui no estado?

ZAZO - Sou envolvido com o Hip-Hop organicamente há uns sete anos, mas desde 97 ouço rap. A ideia de criar o blog HH AL surgiu após uma reunião da Posse Atitude Periférica, organização de Hip-Hop aqui de Maceió que existe há mais de sete anos, da qual também faço parte. Tive a ideia de criar algo na internet que divulgasse as atividades da Posse e também fosse um meio de socializar o Rap Alagoano. Porém, nessa época – pouco mais de dois anos atrás – gravar rap ainda era difícil. Os caras pagavam caro para usar algum estúdio e gravar seus sons, e a dificuldade maior que eu avistei era quanto à divulgação, pois realmente não existia locais para o ritmo. Nesse sentido, eu tinha a ideia em mente, e fiquei sabendo que o PH criou um blog de Rap, o nome era “Rap Alagoano sem fronteiras”. Eu conversei com ele sobre um blog mais amplo, ele concordou e já foi logo fornecendo músicas dele para começar a divulgação e dar vida ao blog. Aos poucos eu fui aprendendo a melhorar a página e hoje tá aí de pé, firme e forte graças a muito trabalho, compromisso e dedicação.

SIRVA-SE - Você acha que o Hip-Hop nacional já ocupa espaços públicos e de comunicação que façam valer sua verdadeira voz ou ainda faltam iniciativas como a sua, pra poder alavancar o surgimento de novas propostas e uma divulgação maior do trabalho da rapaziada?

ZAZO - Acredito que o Hip-Hop nacional já tem uma maior visibilidade e ocupa sim espaços públicos e de comunicação. Porém, a meu ver, falta organização no movimento. O principal problema é a inexistência de propostas e ideias conjuntas, discutidas e aprovadas pelos militantes do movimento. Cada um faz o que quer e o movimento fica dividido. Uns querem um Hip-Hop que promova alguma luta/ação social; outros fazem com que o Hip-Hop seja uma mercadoria ou uma ferramenta para enriquecer; uns põem seus interesses pessoais a frente dos interesses coletivos, usando o ritmo como degrau para sua ascensão social ou coisa parecida; há outros que ficam só na arte, cantando, dançando, grafitando e por aí vai…

SIRVA-SE - O blog tem um direcionamento bem amplo e busca cobrir todos os elementos. Você acha que o Rap ainda é a maior força do Hip-Hop, seja aqui no estado como em outros lugares, ou os outros elementos tem tanta importância quanto?

ZAZO - Eu acredito que o Rap em Alagoas ainda não tem a força que deveria, está crescendo, se fortalecendo e está amadurecendo com o passar do tempo. Fato que por ser oriundo da periferia, sofre forte discriminação e em Alagoas mais ainda. É um estilo musical relativamente novo por aqui. Além do mais, no estado ainda não há um público forte formado. Tanto é que nos eventos de Rap Alagoano, poucas pessoas comparecem, mas as coisas estão mudando, uma gama maior de pessoas estão conhecendo e apreciando a musica criada nas periferias alagoanas.

SIRVA SE - Vejo que o Break é mais forte aqui, como também em alguns outros lugares, por ser bonito, por estar sendo transformado em moda/mercadoria e por ser considerado “inofensivo”, por não carregar nenhum discurso de protesto e não expor posição políticas, fato que acontece com o Rap. E é por isso que o Rap é a maior força do Hip-Hop, porque (geralmente) carrega em suas letras um conteúdo de classe, expressa a revolta da juventude periférica contra o sistema de exploração do homem pelo homem, o capitalismo.


Sendo o blog uma ferramenta gratuita e sabendo que o acesso a internet tem se tornado cada vez mais fácil, você vê esse veículo como o mais eficiente na divulgação das suas ideias e informações, reconhecendo que nem todos da periferia ainda fazem parte dessa inclusão digital?

ZAZO - Acredito que o blog desempenha uma função primordial pra nós, que é a divulgação no mais amplo sentido, seja de música, textos, fotos, vídeos, propostas etc. E essa facilidade ao acesso à Internet ajuda a todos no sentido de que, gradativamente, mais pessoas passam a conhecer nossas ideias e nossa cultura. Nós também fazemos nossa parte, divulgando nosso blog nos eventos e em todos locais onde seja possível realizar a divulgação.

SIRVA SE - Aqui em Alagoas manifestações culturais alternativas, que não são de interesse da grande mídia e da indústria cultural ainda sofrem com a falta de incentivos. Você acredita que o Rap alagoano tem força e potencial pra caminhar e evoluir sozinho, ou o caminho é cobrar iniciativas por parte dos órgãos responsáveis por esse apoio cultural?

ZAZO - Penso que o Rap alagoano tem sim potencial pra caminhar sozinho, porém atualmente ele não tem o apoio estrutural necessário. Colocar Rap na Internet é muito fácil, isso qualquer um faz, mas colocar e organizar evento de rua não é tão fácil assim… Tem muita gente que se engana e acha que colocando a musica na net já é suficiente, e não é! Essa é a lei do engano, pois são poucas as pessoas que procuram por isso na net. Já num evento de rua o impacto é maior, são centenas de pessoas que ouvem sua música a queima-roupa e sem downloads. É num evento de rua que dá pra sacar bem a reação do público a música apresentada.


Porém, o fato de não existirem tantos eventos independentes de Rap em Maceió é explicado pela falta de dinheiro. O dinheiro da maioria dos eventos independentes realizados é tirado do bolso dos próprios organizadores e artistas que se apresentam, e se não for dessa maneira nada acontece. O Pessoal da PAP sabe muito bem como é isso, eles sempre pagam a maior parte do som… E nesses eventos nem é gasto muito, com mais ou menos 200 ou 300 reais já dá pra fazer algo razoável, que dê visibilidade, mas nem sempre a gente tem esse dinheiro para investir num evento de rua ou local fechado.


Além disso, quando a gente faz evento nas ruas, o foi investido não tem retorno. O retorno vem de outra maneira, de maior valor, na minha opinião, que é o reconhecimento popular e a alegria das pessoas ao verem em seus bairros uma movimentação diferente, feita por pessoas do próprio bairro e com total independência. Isso é mais gratificante do que o retorno financeiro. Mas as coisas estão para mudar, o pessoal já está se organizando para exigir mais atenção do poder público para o Hip-Hop.

SIRVA SE - Como se dá a relação do pessoal do Hip-Hop com a política institucional aqui no estado? Há uma crença de que eles podem fazer algo por essa expressão?

ZAZO - Existe um pessoal do movimento Hip-Hop que tem uma relação mais estreita com o poder público, mas de modo geral o movimento ainda não tem nem o apoio mínimo. Mas isso ocorre até mesmo pela burocracia que impede que o movimento receba algum tipo de apoio. Como eu citei na pergunta anterior, o pessoal está se organizando (registrando as posses, adquirindo CNPJ etc.) para poder correr atrás daquilo que nos é garantido por direito. Vejo que tem uns parceiros do Movimento que se negam em correr atrás de dinheiro da prefeitura ou governo estadual, com o argumento de que isso é uma forma de “se vender”, mas não é! A gente não está pedindo favor ou esmola a ninguém não! É dever dos poderes apoiar a cultura Hip-Hop também.

O Hip-Hop é uma cultura periférica que promove uma transformação social nos locais onde atua, onde de fato recruta jovens que vivem na ociosidade para se dedicarem em algo positivo, em algo que busque o bem estar da comunidade, ou seja, se dedicarem em algum elemento da cultura e quem sabe em alguma luta social. Por isso vejo que o Hip-Hop deve ser uma das prioridades dentre os apoios governamentais à cultura.


Mas, também vejo que o movimento deve manter sua independência. Isso significa manter suas origens e seus princípios sem se comprometer com os interesses de quem financia ou apóia. Por isso, enquanto militante e organizador do movimento, sou contra aceitar apoios ou financiamentos oriundos de certas empresas privadas, ou políticos, por exemplo, pois como se diz num velho ditado, “quem paga a banda escolhe a música”, ou seja, não há ação sem intenção e quem financia quer algo em troca, seja apoio pra alguma coisa ou consentimento pra alguma outra coisa, etc. Por isso penso que, para sobreviver, o Hip-Hop Alagoano precisa de independência ou morte…


SIRVA SE - Com o blog, você tem contato com muita gente, não só do estado. O que você absorve e explora como mais positivo nessa interação?

ZAZO - Através do blog nós passamos a conhecer outras pessoas e pelo que vejo, existe muita coisa boa, no que diz respeito à cultura e arte, que está aí no cenário alternativo e que muita gente não conhece. O que absorvo de mais positivo é o fato de poder abrir contatos com pessoas que fazem em outros lugares o que nós fazemos aqui, e poder trocar ideias e experiências. Além do mais, esses contatos são importantes para que haja uma rede de troca de material (CD’s, vídeos).
SIRVA SE - Você acredita que o Rap alagoano já tem sua identidade ou ainda caminha muito influenciado pelo que vem de fora do estado? Qual a função do seu blog na afirmação dessa identidade alagoana?

ZAZO - Eu acredito que tem grupos de Rap alagoano que tem sua própria identidade, como também tem grupos que carregam visivelmente forte influência de grupos de fora (principalmente SP). Mas isso não ocorre só aqui não, é em todo Brasil. Ao ouvir alguns Rap’s, você já consegue identificar na levada (estilo de cantar), nas ideias e nas frases que não é algo original, percebe-se que é algo copiado e colado. Mas, acredito que isso faz parte de um processo de amadurecimento, com o tempo essa galera vai enxergando novos horizontes, ampliando seus conhecimentos, e apresentando novas ideias que dêem mais originalidade aos seus Rap’s.
Nesse sentido, penso que o que está faltando por parte de alguns MC’s é leitura. Via de regra o brasileiro não lê muito, isso reflete no Hip-Hop. A galera precisa sair da mesmice, buscar novas informações e se interar melhor sobre assuntos que nós mesmos falamos. Vou citar um exemplo: a galera vive falando que Rap é revolução, que o Rap transforma o mundo e pá. Para mim isso é um conjunto de palavras vazias, desprendido da realidade. Tem gente que fala em revolução e não sabe quem foi Marx, Engels, Lênin, Trotsky e sequer participou de nenhum processo de luta de classes. Não que sejam os caras que cantam Rap sejam obrigados a isso, mas penso que não se deve passar uma falsa imagem. Pra mim esse papo de “Revolução Através das Palavras” é pura baboseira. Rap é música e não vai passar disso. Como dizia o velho barbudo, Marx, “Uma grama de ação vale mais que uma tonelada de teoria”. Portanto, pra mim o Hip-Hop é uma cultura que deve ser usada como um meio e não como um fim em si.
Para mim, o Hip-Hop é um meio de conscientização, educação e mobilização da juventude periférica para lutar contra o sistema que nos discrimina, oprime, reprime e mata das mais diversas formas. Penso que a função do nosso blog está na formação e fortalecimento dessa identidade alagoana no que diz respeito à Rap.

SIRVA SE - Sabendo que o Nordeste é uma região pobre, mas com um enorme potencial cultural, como você enxerga a relação do Hip-Hop com elementos da cultura regional?

ZAZO - Vejo que está se fortalecendo uma parceria entre o movimento e outras culturas. O exemplo concreto disso é esses últimos eventos de cultura popular que cada vez mais buscam envolver o Hip-Hop em sua programação. Aqui em Alagoas, o Quintal Cultural é um exemplo disso. O pessoal, de uns tempos prá cá, busca sempre envolver a cultura Hip-Hop seja através do Break, do Rap ou do grafite. Mas isso não é à toa. É reflexo também de um reconhecimento popular acerca da nossa cultura. Vejo que as pessoas estão aceitando melhor o Hip-Hop a cada dia que se passa. Além disso, alguns grupos de Rap aqui do Nordeste já incorporam nas suas músicas estilos e culturas regionai. Já se encontram músicas com Forró, Baião, Maracatu etc, coisa que não se via há uns tempos atrás…

SIRVA SE - Qual o principal objetivo do seu blog e o que você tem como meta pessoal dentro do movimento Hip Hop?

ZAZO - O blog tem como objetivo principal a divulgação da cultura Hip-Hop Alagoana nas suas diversas expressões artisticas – Break, MC, DJ, Grafite, Produção Musical, etc. Assim como a Posse Atitude Periférica, lá no Dubeaux Leão é o ponto de encontro dos Bboys maceioenses, o blog é o ponto de encontro virtual da Juventude Hip-Hopiana do estado e de outros lugares. É no blog que a galera vai se interar dos eventos que ocorreram e que irão ocorrer, é lá onde se encontram as novidades do Rap Alagoano, vídeos de Break, fotos, entrevistas, textos etc. E o interessante é que a galera acha o visual do blog atraente, gostam de se ver lá, pedem pra postar seus materiais, todos querem colaborar e rola uma interação entre o blog e a comunidade. Também quero aproveitar e dizer que o blog não é só meu. Eu sou o idealizador e um dos administradores. Além de mim, há outros administradores como Raboo, Paulo, Kiko, Ace Rick e Zulu Fernando. Não gosto quando falam que o blog é meu porque personifica algo que é amplo e que engloba várias pessoas, gosto de dizer que o blog é de todos que se identificam com ele.
Como meta pessoal minha, viso fortalecer mais o movimento, ampliá-lo e fazer com que ele não perca sua essência de resistência e luta. Outra meta é equipar cada vez mais um pequeno estúdio caseiro que fizemos aqui na minha casa, chamado Estúdio Kzebre, e fortalecer uma produtora de rap que estamos formando, chamada Coligação Sonora, que por enquanto reúne os grupos ASU, Clandestinos e Xeque Mate Popular. Basicamente, nossa intenção com a Coligação é produzir nossos CDs – bases, edição, etc. – e coletivamente lançar e divulgar o material na rua. Por enquanto, estamos focando nos grupos que fazem parte da diretoria da produtora, mas em breve estaremos abrindo portas para lançar outros grupos pelo selo da Coligação Sonora. Mas isso não significa que não vamos gravar musicas de ninguém antes de lançarmos nossos CDs. Outros parceiros podem gravar no nosso estúdio, mas não necessariamente serão lançados pela produtora Coligação Sonora, saca?
Será com a Coligação Sonora que meu grupo de Rap, Xeque Mate Popular, formado por mim, Du Contra e Malukinho, lancará seu CD. Nós já temos letras escritas suficientes pra um CD. O lançamento tinha data prevista, mas infelizmente as correrias do dia-a-dia estão atrapalhando esse processo. Já estou fazendo o possível pra retomar a produção de bases e gravação. Esse trabalho até já poderia ter sido lançado, mas quem me conhece sabe o quanto sou perfeccionista e não quero lançar qualquer coisa. Queremos apresentar originalidade e coisas diferentes do que já está sendo lançado por aqui. Busco lançar um CD marcante, com batidas próprias, usando bons samplers, boas colagens, rimas precisas sem ilusões e abstrações e sem denuncismo vazio, que não aponta soluções.

SIRVA SE - Você acha que em Alagoas há uma significativa diversidade de estilos de Rap?

ZAZO - Há sim. Hoje em dia já existe praticamente todo estilo de Rap por aqui, underground, gangsta, gospel, politizado, comercial etc. Isso é algo natural, ocorre em todo lugar, não é só um fenômeno local. Mas vejo que muita gente está falhando, pois não diversifica dentro do seu estilo, tornando assim, seus Rap’s repetitivos, monótonos, cansativos. Fiquei muito feliz em ver o CD do ASU (Anônimos da Sociedade Underground), pois é bastante diversificado e que a rapa está aceitando bem. Acredito que esse é um bom exemplo de sucesso e que alguns caras precisam de mais exemplos como esse.

SIRVA SE - Há muita movimentação de Hip-Hop no interior do estado?

ZAZO - Muita não, mas há uma movimentação significativa. O município de União dos Palmares é o que tem mais destaque. Lá eles são organizados, tem Rap, grafite e bastante BBoys. Em União, o pessoal do Hip-Hop dá aula de Break em algumas escolas, e por isso lá a dança é forte, a galera treina e manda muito bem!

Há registro de movimentação de Hip-Hop em outras cidades, mas com a exceção de União dos Palmares, não conheço outra cidade onde o HH é organizado. Em várias cidades se tem B-Boys, MC’s, mas ainda não há um catálogo disso…

SIRVA SE - Qual caminho que o Hip-Hop alagoano deve seguir pra evoluir e se desenvolver melhor?

ZAZO - Eu vejo que no momento é preciso mais respeito entre todos que fazem parte do Hip-Hop… O número de adeptos do movimento aumentou e, conseqüentemente, as divergências e intrigas também. Observo que a briga entre egos é bem maior do que o sentimento de coletividade entre os que provocam ou condicionam tensões internas. Isso é um câncer maligno, pois as divergências de opinião não devem significar hostilidade. Por exemplo, o fato de eu fazer um Rap politizado não significa que eu deva ser inimigo de quem faz Rap gospel, saca? Nossas diferenças não devem nos separar, por isso que penso que deve haver mais compreensão, porque, querendo ou não, Hip-Hop Organizado é uma família, e toda família também tem seus problemas.

Quem mais perde nessas intrigas por motivos fúteis é o próprio movimento. Todos nós sabemos que união perfeita não existe. Sempre rolam as divergências, mas é preciso refletir e concluir que a saída é nos unir naquilo que acreditamos em comum. Fazer uma frente única em prol da organização, fortalecimento e expansão de nossa cultura. Como diz Black Alien, “Unido a gente fica em pé, dividido a gente cai”. Por isso, penso que os pequenos problemas e diferenças pessoais devem ser eliminados para que possamos focar no que nos interessa: Lutar por uma vida melhor para a classe oprimida.

Postado originalmente em: www.sirvase.net

Um comentário:

Centro de Estudos Afro Alagoano Quilombo disse...

mando bem, amigo! Parabéns pela entrevista!